Onde está sua criança interior?
Você está conseguindo envelhecer com o olhar de sua criança interior e manter a conexão com seu eu superior, aquele mesmo que prevalecia em sua infância, antes de você ser contaminado por este mundo e acreditar que as coisas são como aparentam ser? Quando você era criança, acreditava mais em seu mundo interior, em sua imaginação, em seus sonhos. À medida que foi crescendo, inconscientemente, você foi deixando o melhor de si para trás. Deixou de imaginar, de sonhar, de se conectar com seu eu superior e passou a se identificar com seu eu inferior, com a realidade do mundo das aparências da matéria.
Você deixou ser enganado e passou a acreditar neste mundo. Tornou-se parte do sistema sem tempo para questioná-lo. Vive correndo atrás do próprio rabo, com muito mais coisas para fazer do que tempo para as executar. Não tem tempo para ficar em silêncio, em paz, em contato consigo mesmo para analisar o quebra-cabeça do lado de fora. Assim, torna-se a própria peça em busca dos encaixes. É assim que vive um adulto normal. Ele ainda é capaz de celebrar quando consegue encaixar uma peça na outra e continua freneticamente buscando uma nova conquista, corre, movimenta-se de um lugar para outro, irrita-se, estressa-se, não observa e não se inter-relaciona com os outros ao seu lado que também se encontram no mesmo processo de apenas encaixar peças em sua própria mandala, sem tentar compreendê-las.
E a criança interior? Onde está? Torna-se completamente esquecida em nosso leque de prioridades, pois achamos que ela é apenas uma parte do passado, e não o melhor de nós. Será que não deveríamos resgatá-la? Não deveríamos nos questionar sobre o que realmente nos faz feliz? Onde estão nossos sonhos? Onde estão nossa imaginação e criação?
Se encontrarmos mais tempo para brincar com nossa criança interior, com nosso eu superior, não sentiríamos mais alegres e realizados? Quanto tempo você reserva para brincar em sua vida adulta?
Se não damos esse tempo a nós mesmos, tornamo-nos adultos sérios que julgam, analisam, se iludem, se esquecem. Tornamo-nos amargos, ranzinzas, sem vida. Tornamo-nos cada vez mais distantes da alegria, da brincadeira, da simplicidade, do contato com nós mesmos e da realização potencial que poderia ter sido nossa vida.